Privacidade testada: quais os navegadores mais seguros na web?

Privacidade testada: quais os navegadores mais seguros na web?

Texto por Mariana Gomes.

Na navegação pela rede, os dados devem ser compartilhados em segurança. Contudo, para a maioria dos brasileiros é difícil acessar informações sobre os navegadores mais eficientes na proteção à privacidade. A pesquisa Privacy Tests é um projeto open-source [código aberto] que busca popularizar esse conhecimento e pressionar mudanças nas políticas das empresas de tecnologia.

Através de testes automatizados, é analisada a segurança oferecida nos navegadores mais utilizados ao redor do mundo. Os dados a seguir fazem referência àqueles mais utilizados nos computadores: Brave, Microsoft Edge, Google Chrome, Firefox, Librewolf, Opera, Safari, Tor, Ungoogled e Vivaldi.

Em entrevista para a Conexão Malunga, a desenvolvedora back-end e pesquisadora em segurança digital Vanessa Gomes explica que “pesquisas como essa são extremamente importantes para que possamos compreender qual o melhor e mais indicado para as nossas necessidades”. A seguir, são apresentadas as informações dos testes mais recentes, divulgados na última sexta-feira (21).

Rastros digitais

Durante a navegação, a internet conta com protocolo responsável pela comunicação entre máquinas, o famoso protocolo chamado IP (Internet protocol). Isso é fundamental na estrutura da internet, de forma que os dados possam saber qual caminho percorrer. Contudo, alguns sites não confiáveis rastreiam nossas informações pessoais, como o local de onde falamos. 

Dos dez navegadores analisados, nenhum demonstrou proteção de privacidade nos testes que analisam a proteção aos rastreadores que acumulam tags de localização entre sites. No caso de mecanismos que, por exemplo, preenchem formulários com informações pessoais de maneira automática entre sites, somente três navegadores têm bloqueadores (Safari, Firefox e Librewolf).

A jornalista Laila Nery explica que migrou de navegadores por sentir-se mais confiante. “Eu gosto muito do Opera porque acho mais organizado que outros e sinto muita confiança, já que consigo bloquear anúncios com mais facilidade”, declarou.

A programadora entrevistada revela que essas informações podem reduzir impactos negativos na vida das pessoas. “É possível que as pessoas começassem a desenvolver a cultura de ter mais cuidado na hora de preencher, por exemplo, um formulário com informações sensíveis de si próprio ou de uma outra pessoa pois saberia qual navegador é mais indicado nessa situação”, argumenta Vanessa.

Ataques

A segurança da navegação na internet também pode ser ameaçada por outras técnicas de rastreamento. Uma delas é a fingerprint (‘impressão digital’, em tradução livre). De acordo com a especialista entrevistada, essas são técnicas de invasões para identificar [de modo específico] sistemas operacionais das máquinas atacadas”, como fontes e até tamanho das telas. 

Atualmente, 70% dos navegadores segundo a Privacy Tests não oferecem nenhuma garantia contra vazamento de dados desse tipo. Destes, os browser Tor e Librewolf passaram em todos os testes da categoria. Já o terceiro que apresenta proteção a fingerprint, o navegador Safari, passou em somente um dos oito testes.

A situação piora em relação ao bloqueio de rastreadores de conteúdos. Foram investigados os vinte mais comuns, como Adobe, Facebook Pixel e Amazon adsystem. 80% dos navegadores listados não tem ao menos um mecanismo de bloqueio.

Navegação segura

Outro protocolo básico para a transferência de dados na rede é o HTTPS, versão do protocolo base da web que atesta a segurança da navegação através de criptografia. Todos os navegadores analisados passaram no teste de atualizar a conexão automaticamente para o modo mais seguro dos sites. Ao mesmo tempo, somente um deles (Librewolf) para de carregar sites inseguros e informar o perigo aos usuários.

De forma geral, para os navegadores desktop, dentre os 89 testes rodados na pesquisa, o Google Chrome oferece proteção somente em 13 casos. Já o Firefox, 18. Dos navegadores desktop nativos, ou seja, que já vem instalado nos computadores, o Microsoft Edge, tem apenas nove proteções de privacidade. Já o Safari, do sistema macOS, acumula 26 proteções.

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